segunda-feira, 21 de março de 2011

Duas Vidas - Capitulo 2





Quando terminei o banho, me enrolei na toalha e fui para o quarto, mas o Guilherme não estava mais la. Me vesti e desci para sala de jantar, ele já estava sentado almoçando.

 - Poo mãe... nem me aviso que o almoço tava pronto.
 - Quando subi pra chamar vocês, tu ainda tava no banho. Então chamei só o Guilherme.
O Guilherme ainda estava constrangido pelo que havia acontecido lá no quarto, então ficou calado durante todo almoço.
 - Kauã, o que vai fazer amanhã? - disse minhã mãe.
 - Chamei os guri pra virem aqui pra casa.
 - humm... e você tambem vai vir Guilherme?
Ele não respondeu nada, e apenas me olhou.
 - Aaa sim.. não cheguei a ti falar sobre isso, queres dar um pulo aqui amanhã? assim ja conhece meus amigos
 - Claro, que horas?
 - Bom, como você mora aqui do lado venha mais cedo, assim ja me ajuda com algumas coisas.
 - Ta bem.
O almoço termino e o Guilherme e sua mãe foram pra casa, e minha mãe me fez limpar tudo como de costume. Só temo que meus amigos notem que o Guilherme é diferente, mas acho que ele vai disfarçar bem. Passei a noite pensando nisso, principalmente sobre o que havia acontecido no meu quarto.
Logo amanheceu e minha mãe me acordou aos gritos:
 - Kauã, acorda!!To saindo... Chego amanhã a noite, se comporta.
 - Ta bem... tchau.
Como minha mãe me acordou mesmo, desci e preparei meu café e fui me sentar na varanda, quando vejo o Guilherme saindo.
 - Awe Guilherme, como pode ta acordado essa hora? no sabado ainda.
 - To acostumado acorda cedo.
 - O que vai fazer agora?
 - Nada, só tava indo ate a padaria comprar alguma coisa pra comer.
 - Entra ai... tomamos um café junto e você me ajuda a fazer algumas coisas pra logo mais.
 - Claro, o que você pretende fazer?
 - Alguns sanduiches e comprar umas bebidas.
Tomamos o café e fomos ate o mercado que tinha proximo de casa, e aproveitei pra saber um pouco mais dele.
 - E seu pai? porque nao veio almoçar ontem?
 - Ele ta viajando ainda... quase nunca ta em casa. E o seu?
 - Morreu quando eu era pequeno ainda, nem lembro direito dele, mas minha mãe tambem vive viajando.
 - Você costuma ficar sozinho então?
 - Sim, mas é bom. Você não tinha namorada la onde tu morava?
 - Serio não... era só um rolo.
 - Você é gay né?
A reação dele foi assustadora, congelou por completo e me olhou apavorado.
 - Não não, você ta loco?
 - Não precisa fingir pra mim, vi como você me olhou quando fiquei pelado na tua frente.
Ele ficou mudo por alguns segundos, e me olhou com uma cara de choro.
 - Promete não contar pra ninguém? vou entender se não me quizer por perto, mas só não conte pra ninguem.
 - Relaxa... não vou contar pra ninguem, e se não quize-se você por perto não teria ti chamado. Não tenho preconceito.
Me olhou com um sorriso grande e disse:
 - Obrigado por entender, mas prometo que jamais tentarei nada com você.
 - Relaxa... eu nunca ficaria com um homem tambem.
A noite chegou rapido, e a gurizada veio e pra minha supresa eles trouseram mais bebidas.
 - Awe galeraaaa, podem entra. Eu disse que ia comprar bebidas, porque trouseram mais?
 - Quanto mais melhor hehehehee, e esse ai quem é? - disse Nathan.
 - Esse é meu vizinho, Guilherme. Guilherme, esse é o Nathan, o Matheus e o Elias.
Todos comprimentaram ele normalmente, mas notei que o Nathan olhou diferente. O Nathan sempre foi esperto pra isso, logico que ele não ia deixar passar. Jogamos, assistimos alguns filmes e bebemos muito; o Guilherme tava bem inturmado, então fui ate o banheiro e deixei ele com os guri.
 - Ja volto ai, vou ate o banheiro.
O Nathan se levantou e foi atraz de mim.
 - Espera Kauã.
 - Fala?
 - Qual é desse seu amigo? você ta se misturando com gays agora?
 - Não fala merda Nathan, o cara não é gay.
 - Qual é Kauã? achei que fossemos amigos, vai ficar mentindo pra mim então?
 - Tudo bem, tudo bem. Ele é gay sim, mas não é como aqueles emos lá da escola, então relaxa, e fica de bico calado.
Depois disso ele se virou e voltou pra sala e começou a beber muito, como de costume, aliais; todos estavam menos  o Guilherme. Entre um copo e outro, estavamos jogando futebol e chego a vez do Nathan jogar contra o Guilherme, e ele perdeu, e não tava acostumado a isso.
 - hahahaah olho só, de goliada Nathan. - Disse o Matheus.
 - Que isso não acredito que perdi pra uma bixinhaaaa, que raiva.
Todos se olharam e o Guilherme olhou direto pra mim.
 - É isso mesmo pessoal... o Kauã convidou uma bixinha pra jogar com a gente. você ta comendo ele Kauã?
 - Cala boca Nathan, você ja ta bebado, não ta falando nada com nada.
O Guilherme levantou e disse:
 - To indo embora.
 - Mas você não vai... ja que deu pro Kauã, vai dar pra gente tambem... que acha gurizada?
 - Isso ai, queremos tambem. - É eu tbm quero.   - Disse Matheus e Elias.
Quando ouviu isso, Guilherme saiu correndo, mas os guris foram a traz dele e o pegaram. Tiraram toda sua roupa e jogaram ele no chão e começaram a chutar ele. Ele me olhou apavorado e chorando.
 - Kauã.. me ajuda, não deixa eles fazeram isso.
 - Cala boca bixinha.  - Disse Nathan.
 - Nathan, não fassa isso, você ta muito bebado, vocês todos estão.
 - CALA BOCA KAUÃ... se você fizer qualquer coisa, vamos achar que você é uma bixinha tambem, e todos vão saber disso.
Não sabia o que fazer, vendo o Guilherme na quele estado no chão com os guris batendo nele. Mas não podia fazer nada, se não o Nathan ia estragar minha vida, ele era muito influente no colegio, então virei de costa e sai. O Matheus e o Elias seguraram ele de quatro no chão, para que o Nathan come-se ele. Logo depois se revesaram para cada um fazer o mesmo, depois não satisfeitos, bateram nele ate que ele fize-se sexo oral nos três. Tava desesperado ouvindo ele chorar de dor, não conseguia escutar aquilo, então resolvi esquecer o que o Nathan poderia fazer ou dizer e peguei um bastão que deixava atraz da porta.
 - DEIXE ELE EM PAZ.. SAIAM DAQUI!!
 - Que isso Kauã? achei que fossemos amigos? venha aqui, agente deixa você comer ele tambem.
Depois de falar isso, Nathan veio ate mim, quase caindo de bebado. Antes que me tocase acertei ele com o bastão e ele caiu duro no chão. Matheus me olhou e disse:
 - Calma Kauã... somos amigos, não é preciso isso.
 - NÃO, NÃO SOMOS AMIGOS. AGORA PEGUEM ESSE IDIOTA DO NATHAN E SUMAM DA MINHA CASA... AGORA.
 - Ta bem, ja estamos saindo.
Matheus e Elias pegaram o Nathan e sairam com ele; acompanhei eles ate a porta pra ter certesa que não voltariam.
 - Sumam daqui.  -Bati a porta e voltei ate onde estava o Guilherme.
Quando cheguei na sala de novo, ele tava sem roupaz, encolido em um canto tremendo muito e chorando. Me olhou com um olhar triste e desolador, não sabia o que fazer nem o que dizer, pois tudo isso foi minha culpa, por eu falar de mais e confiar nas pessoas erradas.

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