domingo, 27 de março de 2011
Duas Vidas - Capitulo 5
Viagem longa de volta para casa, mas dessa vez estava acompanhado o que tornava menos cansativa. Assim que colocamos os pés em Pelotas, a primeira coisa a ser feita era correr para casa, mas o Guilherme preferiu passar pelo centro primeiro.
- O que vais fazer aqui Guilherme?
- Como voltamos antes, vou ter que ir pra escola amanhã, então tenho que compra os materiais.
- Entendo, mas não tinha outra hora pra pensar no colégio não?
Mal tinha acabado de falar, e quem surgi em nossa frente... Nathan, com toda aquela cara de pau dele.
- Awe, Kauã... pelo visto você foi para os lado gay de vez em hahahahaa.
Antes que ele pode-se completar outra frase eu parti pra cima dele, mas o Guilherme interferiu.
- Espere, Kauã... não vale apena.
- Olha só, a namoradinha dele o defendeu.
Inesperadamente, Guilherme se vira pra ele e diz:
- Namoradinha é?
E prende um soco em Nathan que cai no chão direto, e quando tenta se levantar Guilherme o acerta outro golpe.
- E ai? sem seus amigos você não é tão valente né?
- Sua bixa nojenta...
- Veja só... você apanhou de uma bixa nojenta.
Nathan cheio de raiva se levanta e vai direto pra cima de Guilherme, que em apenas um movimento desvia e acerta um soco de direita... agora sim, Nathan caiu e não levantava tão cedo.
- Nossa Guilherme... não imaginava que você tivesse esse poder todo hahahahaa.
- Nem tanto, é que ele me subestimou por eu ser gay, e levou a pior.
Saímos dali e deixamos Nathan jogado no chão ate que alguém aparece-se pra recolher ele do chão. E com tudo que o Guilherme precisava comprado, fomos direto pra casa.
- O que você espera encontra quando chegar em casa?
- Não sei... mas minha minha mãe agiu muito estranhamente, então certo que tem algo estranho.
- Acho melhor você passar na minha casa primeiro, depois vai la.
- Por mim tudo bem, ela só espera que eu chegue fim de semana mesmo.
Cheguemos ate nossas casas, que ficavam uma do lado da outra. Ao passar em frente a minha olho e vejo tudo fechado, como se não tivesse ninguém por ali.
- Viu Kauã... provavelmente ela nem esteja em casa.
- É o que parece mesmo.
- Entre, vamos tomar um café, depois você vai ali.
Entramos e a mãe do Guilherme ficou surpresa por ver agente chegar tão cedo. Tomamos um café bem reforçado e subimos para o quarto dele, largar os materiais e da uma mexida na net. Ao passar pelo corredor vejo um quadro com uma foto.
- Esse é seu pai?
- Sim, sim, é ele mesmo.
- Sua vó disse que ele estaria em casa... onde ele esta?
- Minha mãe disse que ele foi correr no quarteirão.
- Bom, Gui... vou ali em casa.
- Tudo bem, depois se falamos.
Sai da casa do Gui e fui para minha, peguei minha chave e tentei abrir a porta da frente mas pra minha surpresa ela já estava aberta, mas como tudo estava fechado, era certo que não tinha ninguém. Entrei com todo cuidado para não fazer barulho, e subi direto para o quarto da minha mãe; a porta estava fechada, então abri ela bem de vagar... a primeira coisa que vejo são roupas jogadas no chão, e ouço alguns gemidos e vozes; " óóóó, mais, mais soca mais óóó". Então empurro a porta com toda força e a cena que vejo é minha mãe pulando em cima de um cara.
- Mas o que é isso? Você espera eu sair de casa pra trazer seus machos aqui pra dentro!!!
- KAUÃ... era pra você esta no cassino!!
- E era pra você esta trabalhando, não trepando com qualquer... pera ai...
Olhei bem na cara daquele homem e logo o conheci.
- Você é o pai do Guilherme!!!
- Calma Kauã... nós podemos explicar!
- CALMA NADA! VOCÊ CONVIDO A MULHER DELE PRA ALMOÇAR AQUI EM CASA, E HOJE TA DANDO PRO MARIDO DELA!!!! SUA PUTAAA!!
Me virei e sai correndo pra sala, ela se enrolou em um lençol e veio a traz de mim.
- Espera ai, do que você me chamou?
- Do que você é mesmo, uma puta!!
Ela me prendeu um tapa na cara cheia de raiva.
- Você não tem nada haver com minha vida, eu fico com quem eu quiser.
- Você pra mim morreu, você não é minha mãe, você NUNCA RESPEITO A MEMÓRIA DO MEU PAI!
- Seu pai, que pai? VOCÊ NÃO TEM PAI!!
- Como assim?
- Você é adotado, escutou bem? ADOTADOOO!!
Quando escutei aquilo congelei, e fiquei parado olhando pra ela.
- Eu precisava ficar com seu pai, então como não conseguia ter filhos tinha que conseguir algum pretexto pra ele não me deixar.
- Então... então porque você...
- Porque eu queria ter todo esse dinheiro que ele deixo, só isso! ai você cresceu e tive que manter tudo isso, e mesmo eu ti dando de comer, abrigo educação.. é assim que me agradece?
- Você me enganou esse tempo todo... nunca mais quero ver sua cara!!
Sai porta fora, logo depois saiu o pai do Guilherme já vestido, mas a gritaria foi tanta que quando ele sai na rua a vizinhança estava toda na lá... inclusive a mulher dele e o Guilherme. E como todo o marido inocente, ele tento explicar, mas a sua esposa só se virou de costa e entrou pra dentro e fechou a porta deixando ele na rua. Depois de alguns segundos uma janela se abre, e roupas começam a voar pela calçada.
- Pegue seus trapos e suma das nossas vidas!!
Ele recolhei as roupas e foi embora. Nesse tempo eu tinha feito a mesma coisa, e sai sem rumo, sem saber pra onde ir.
- Kauã, Kauã, espera. - disse Guilherme -
- O que foi Guilherme?
- Onde você vai?
- Você escutou tudo né?
- Sim, sim...
- Não posso ficar de baixo do mesmo teto que aquela mulher.
- Então vai la pra casa, minha mãe não se importa.
- Ela deve esta me odiando também, afinal foi a mulher que chamava de mãe que dormia com o marido dela.
- Não, fique tranquilo, você não tem nada haver com isso. Vem.. vamos lá.
Sem ter pra onde ir , fui com ele mesmo sabendo que ia ficar do lado da casa daquela vadia. Pra minha surpresa a mãe dele me tratou super bem, me deu um copo de água para me acalmar, e me chamou ate a sala para conversarmos.
- Olha Kauã, o que aconteceu não tem nada haver com você, pode ficar aqui sem problemas.
- Mas, eu não suporto ficar perto dela. Saber que ela mora ai do lado vai ser algo repugnante pra mim.
- O que ela fez foi errado sim... o Guilherme soube desde pequeno que era adotado, talvez esse tenha sido o maior erro dela, não ter ti contado isso cedo.
- O Guilherme é adotado?
- Sim, eu não posso ter filhos, então adotamos ele. Mas o pai dele não queria, por isso nunca tratou ele bem.
- Mas você é muito diferente daquela mulher, você é uma mãe de verdade.
Ela veio ate mim e me abraçou, como minha falsa mãe nunca tinha feito antes. Passei a noite ali e pela manha vejo um caminhão de mudanças em frente a minha casa. Sai na rua e ela estava fechando a porta.
- O que você esta fazendo?
- Vendi a casa e estou indo embora, suas coisas estão ali do lado do lixo, melhor pegar antes que o lixeiro pegue.
Mesmo sentindo nojo dela, era o que eu via como mãe, e ver ela me tratando assim.... comecei a chorar...
- Mas e eu?
- Você? você não é problema meu, não é meu filho, cansei de fingir. Se vire por ai, mas só não me procure.
Desabei naquele momento, sem casa, sem mãe, sem nada... o que seria de mim agora? Ela entrou dentro do carro de um cara e foi embora. Quando olho pra traz o Guilherme e sua mãe estavam recolhendo minhas coisas do lixo.
- O que vocês estão fazendo?
- Estamos pegando suas coisas pra levar pra dentro né. - Disse Guilherme -
- Mas, porque? vocês não tem nenhuma obrigação comigo.
- Claro que temos! você é amigo do meu filho, e nossa familia esta com um a menos agora, esta sobrando vaga... você quer? - Disse a mãe do Guilherme sorrindo -
Estava muito feliz por escutar aquilo, talvez pode-se ter uma familia, mesmo se não fosse minha eu podia fazer parte.
- Sim sim, claro que quero.
Então entramos para dentro de casa, e ficamos conversando sobre muitas coisas. Uma delas era sobre o que eu queria fazer agora que soube que sou adotado. Respondi sem nenhuma duvida.
- Agora quero descobri quem é minha mãe de verdade.
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